sexta-feira, junho 25, 2004
As pessoas que pedem para ser amadas
Rasguei o papel da minha vida, e com o vento que está, foi uma péssima ideia.
Agora estou desesperada, à procura dos papelinhos rasgados e a colar com fita cola aqueles que encontro.
Mas colo-os nos sítios errados. Depois fico com dores grandes em corpo de gente pequena, e visão de pessoa crescida com ideiais de criança.
Vou fazendo desta a minha cidade, vou recolhendo os papéis e vou saindo à rua com a mala menos pesada, e o peito com menos ar. Com os olhos mais molhados e com a alma mais distante.
Penso que é isso que acontece quando crescemos : a alma vai fugindo do nosso corpo, porque não aguenta esta vida. Não aguenta os contratempos, e o tempo perdido, quando podiamos estar a perseguir sonhos.
Tenho saudades de ter uma mãe que me aceite. Tenho saudades dos tempos em que não tinha pesadelos contínuos. Saudades dos tempos em que não gritava de noite.
Saudades de mim, que rasguei o papel da minha vida e me perdi, por aí.
E como já disse uma vez, se me encontrarem, devolvam-me.
Tenho saudades da terapia que aquela serra me fazia. Saudades de estar perto das coisas. Perto de casa. Perto de mim, que era inteira e una.
Tenho saudades tuas, que fazias, e ainda fazes, parte desse mundo. E minhas. Tenho tantas saudades minhas que morro a cada segundo.
Mas morreria a cada segundo de qualquer maneira, certo?
Certo.
Agora estou desesperada, à procura dos papelinhos rasgados e a colar com fita cola aqueles que encontro.
Mas colo-os nos sítios errados. Depois fico com dores grandes em corpo de gente pequena, e visão de pessoa crescida com ideiais de criança.
Vou fazendo desta a minha cidade, vou recolhendo os papéis e vou saindo à rua com a mala menos pesada, e o peito com menos ar. Com os olhos mais molhados e com a alma mais distante.
Penso que é isso que acontece quando crescemos : a alma vai fugindo do nosso corpo, porque não aguenta esta vida. Não aguenta os contratempos, e o tempo perdido, quando podiamos estar a perseguir sonhos.
Tenho saudades de ter uma mãe que me aceite. Tenho saudades dos tempos em que não tinha pesadelos contínuos. Saudades dos tempos em que não gritava de noite.
Saudades de mim, que rasguei o papel da minha vida e me perdi, por aí.
E como já disse uma vez, se me encontrarem, devolvam-me.
Tenho saudades da terapia que aquela serra me fazia. Saudades de estar perto das coisas. Perto de casa. Perto de mim, que era inteira e una.
Tenho saudades tuas, que fazias, e ainda fazes, parte desse mundo. E minhas. Tenho tantas saudades minhas que morro a cada segundo.
Mas morreria a cada segundo de qualquer maneira, certo?
Certo.
